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Brasil

O Brasil atravessa um instante delicado, com crise econômica e política que nos impõe um ciclo de dificuldades.

Aqui e agora os problemas de hoje podem parecer intransponíveis. Mas o País já conheceu dias melhores. E certamente voltará a desfrutar momentos mais prósperos e tranquilos.

Pois todos esses fenômenos (os altos e baixos) traduzem, a rigor, os fluxos e refluxos de uma imensa nação. E o Brasil sempre será – a despeito de sua saúde financeira e política – um País singular no mundo.

Mesmo neste momento inglório, somos convidados a vislumbrar a face desse gigante que chamamos de pátria. E ao enxergá-lo, sobrevém a emoção.

E foi realmente emocionado que olhei para esse Brasil imenso, merecedor de reconhecimento cultural, na condição de expectador do concerto do fantástico Andrea Bocelli, um italiano da gema profundamente enamorado do nosso País.

E ele demonstrou esse respeitoso afeto ao longo de todo o seu espetáculo.

Sabe como ele iniciou seu show?

Colocando a plateia de pé desde os primeiros acordes de sua orquestra.

E não poderia ser diferente: do palco, a orquestra executava nada mais nada menos que o Hino Nacional Brasileiro.

Emoção em estado bruto!

Erguidos, mãos espalmadas no peito, segurando lágrimas que teimavam rolar, aplaudimos Bocelli e – por tabela – o Brasil.

Não sei determinar onde termina o afeto e começa a estratégia. Mas o fato é que, com toda sua esperteza latina, Bocelli conseguiu essa façanha, pra mim inédita, de ser aplaudido de pé já na primeira música.

E a noite ainda reservaria mais emoções:

Enchendo a todos do mais profundo orgulho pátrio, Bocelli selecionou um clássico da música erudita mundial, concebida pelo genial Carlos Gomes.

O Guarani foi o desfecho perfeito de uma noite italiana muito brasileira – que também reservou espaço para a jovem Anitta, a cantora que embora não seja uma unanimidade entre os críticos cumpriu, afinada, o seu papel.

Saí da arena paulista de alma lavada.

Sei que esse sentimento é determinado, em larga medida, pelo meu patriotismo.

Sou mesmo um patriota – daqueles que creem e defendem que o amor ao País é uma condição essencial do cidadão.

Sem isso, não temos chão; não temos lastro. E para dimensionar a importância do nacionalismo basta espiar o histórico errante dos sem pátria – ostentando o vácuo sentimental dos que vivem sem referências e com a permanente sensação de não pertencimento.

Nós pertencemos ao Brasil.

Nos reconhecemos como cidadãos brasileiros, para o bom e para o mau do que é ser filho dessa grandiosa nação – que, inesperadamente, numa noite despretensiosa de lazer, enche nosso peito de orgulho.

Da noite ítalo-brasileira, sai com a convicção de que o Brasil, independente das condições de temperatura e pressão, tem um retrato grafado e bem delineado no mundo: a de uma nação maiúscula em todos os múltiplos, distintos, criativos e singulares aspectos.

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